por EABR0 » Seg Nov 25, 2013 1:31 pm
SKTM EP.08 – Incubação Mortal
Não se sabe o que aconteceu depois daquela explosão, eu estava atordoado demais para sequer pensar, estava desnorteado, perdido, não conseguia pensar em nada, apenas meu instinto me controlava no meio daquele tiroteio, tentando me levantar sem forças com a visão turva senti uns cortes em minha perna, eram as balas acertando minha pele e cortando numa fração de segundos, eles vão me acertar pensei, voltando ao normal pulei em direção a uma mureta que ligava a um corredor escuro, grande parte estava quebrada, mas eu ainda conseguia me proteger, os segundos eram o único tempo disponível para eu recarregar minha Glock enquanto pensava em algum plano para me tirar daquela situação.
ELE ESTA ALI, AVANCEM E SOLTEM TUDO PRA CIMA DESSE PORRA! – Ouvi logo mudando de posição, minha única opção era uma pilastra semi destruída, era possível me esconder por alguns segundos ate pensar em algo novamente, meus sentidos agora aguçados estavam de volta, a uma chance de escapar.
Em um rápido movimento pus-me atrás da pilastra antes da rajada de tiros na minha antiga posição, eles estavam tão focados que mal perceberam o meu movimento. Eram em torno de 8, pude contar com um rápido olhar embora não tivesse tanta certeza, estavam divididos em dois grupos que iam se juntando enquanto vinham naquela direção verificar o corpo morto, eu dei sorte, eles não notaram meu movimento, é hora de virar a mesa.
Respirei o mais fundo possível e assim agora menos cansado pude deixar o tempo muito lento, quase parado, se eu pudesse descansar mais seria possível parar, mas é isso ou a morte.
Com um rápido passo avancei em direção as caixas de metal e comecei a subir para o segundo andar, era questão de segundos ate o tempo voltar ao normal, e enquanto subia, apontando, pude disparar 6 tiros certeiros na nuca de cada um daquele grupo.
Ao pular para o segundo andar exausto, cai no chão de costas, escondido pela mureta pude apenas ouvir os gritos de dor, pavor e morte, eles foram pegos de surpresa, apenas 2 estavam de pé, procurando pela minha atual localização era possível ver o medo em suas faces, a mesa virou.
Preciso aproveitar esta chance, não tenho tempo para descansar ou eles irão chamar reforços! – Pensei me levantando, ficando agachado apenas observando a reação dos dois inimigos assustados. – E agora.
Ao cair da gota de meu suor no chão, me levantei atirando, dois tiros precisos foram capazes de resolver o meu problema, um tiro no olho, o outro no nariz, esses dois não irão me incomodar novamente.
Tudo se acalmou, limpei o suor da testa afrouxando a gravata apertada, aquela arma nem era minha, mas veio a calhar, eu dei muito mole quando ousei fugir da cela, mas é necessário arriscar ou eu ia ser executado depois.
Preciso sair daqui. Eles não devem ter capturado os outros. – Pensei enquanto descia para revirar os corpos em busca de munição, informações, algo importante.
Estava receoso em relação a isso, e se eles capturaram mais dos meus amigos? Eles podem se virar, mas tem uns que não nasceram pra isso.
REFENS ESCAPANDO, REPITO, REFENS ESCAPANDO, GRUPO 9 QUAL O RELATORIO? CAMBIO! – Ouvi do comunicador de uma das minhas vitimas, realmente meus amigos haviam sidos capturados, o melhor a se fazer é ir ao encontro deles.
Ao revirar os corpos eu havia conseguido dois pentes 9mm para a Glock, somando 37 balas, havia conseguido cartões de acesso e chaves, o comunicador e uma espingarda de cano duplo com 7 balas disponíveis, o resto já estava esgotado, eles gastaram muita munição em mim.
Argh... – A dor da minha perna aumentava, eu havia sido atingido de verdade embora a bala tivesse atravessado pela batata da perna esquerda.
Preciso parar o sangramento. – Rasg! - Fiz um pequeno corte de meu caro paletó e assim o enrolei fortemente na minha coxa amarrando. – Isso deve dar, o paletó é grosso, vai segurar mais que o fino tecido da gravata, hora de achar meus amigos...
Comecei a andar furtivamente pelo local, era um grande armazém com varias caixas metálicas, havia muito entulho naquele ornamentado salão, não parecia ser cultural de nossa região, parecia estrangeiro oriental. Por causa da ferida eu não conseguia andar muito rápido, precisava achar alguma enfermaria ou coisa parecida naquele deposito, alem de meus amigos, esse local é mais que um simples deposito, algo me cheira mal, estamos envolvidos em algo realmente perigoso, eu sequer entendia o porque, nossa ultima ameaça eram os Bots, porque isso? Será a oposição?
Minha cabeça estava cheia, ao andar por 10 minutos pude notar uns gritos vindo de um imenso salão com containers, estava rolando um tiroteio, no fundo pude ver que tinha duas pessoas encurraladas atrás de um container, enquanto dois grupos de 10 pessoas avançavam atirando com tudo que tinham.
Preciso ajudar, irei por cima furtivo sem chamar atenção. – Eu estava no segundo andar, pela lateral comecei a me aproximar, notei que as duas pessoas encurraladas pelas vestes estravagantes eram meus amigos, Animachado e Zariel. Os dois pareciam estar ficando sem munição, ambos portavam glocks igual a minha.
Eles não sabem que estou aqui, preciso bolar um plano! Ou eles vão morrer! – Pensando, tentando bolar qualquer coisa útil antes que eles morressem no tiroteio.
Olhando novamente notei que o Zariel estava com sua inseparável garrafa de álcool no paletó, ele sempre anda com aquilo bem cheio.
É hora de fazer um churrasco. – Sorri pulando em um container sem ser visto, andando agachado com a escopeta de dois canos na mão.
Animachado havia ficado sem munição, e agaixado atrás de um container ele se assustou me vendo puxando Zariel que também quase atirou em mim por causa do susto.
Pulei dando uma cambalhota para evitar fazer estrago na minha perna ferida e fiquei ao lado deles.
BRO, caralho! Que susto! Quase atirei em você! Porque veio ate aqui seu maluco?! A gente vai morrer a qualquer hora! – Falou irritado Zariel me puxando pelo paletó.
Calma, calma! Me da sua bebida rápido! – Disse empurrando ele.
Bebida?! No que você t- Animachado pegou a bebida e me entregou. – Queima esses filhas da puta Bro!
Mas é minha ultima dos- Cala a boca Zariel, ainda não notou? E tome, aqui pra você também Animachado caso não de certo. – Entreguei um pente com 15 balas para cada um.
Zariel carregando havia entendido, e depois dos dois prontos, Zariel me passou o álcool, e enquanto eles distraiam o inimigo com mais tiros, eu segui o outro lado do container, chegando bem perto escondido.
AGORA! ABRIR FOGO! – Gritei dando a permissão. Todos os inimigos voltaram a atenção para mim assustados, mas imediatamente voltaram a atirar em Zariel e Animachado, e com essa chance joguei o álcool nos inimigos, concentrando o calor no centro deles fazendo seus corpos incendiarem.
Gritos de dor e correria os fizeram todos caírem no chão em chamas negras que os envolviam num abraço mortal. Acabado o incêndio, apenas corpos carbonizados com cheiro extremamente forte havia sobrado.
Que cheiro horrível cara! Tinha esquecido o quão horrível e perigoso é esse teu poder. – Diz Animachado tampando o nariz se aproximando com Zariel.
É bom ver vocês bem. Onde estão os outros? A outros aqui? – Pergunto enquanto andamos para longe da área que ocorreu o tiroteio.
Eu não sei se tem mais gente, estávamos vendados, talvez tenha, mas é complicado! Esse lugar é o que?! – Pergunta Zariel irritado.
Eu não sei, pela decoração oriental e a floresta lá fora aqui deve ser uma base da oposição inimiga. – Respondo andando lentamente apoiando na parede.
Eu notei isso, com certeza esta ligado a Stickman de alguma forma. – Questiona Animachado me ajudando a andar.
Vamos nos concentrar em procurar os outros e sair daqui ou morreremos, eles chamaram reforços via radio. – Fala Zariel inspecionando o corredor.
Merda! Eu usei muito poder, alem do machucado eu to exausto, eles me aplicaram alguma coisa. – Falo me lembrando um pouco de antes.
Eu creio que todos nos recebemos essa injeção. Aqui, vamos descansar nessa sala. – Diz Animachado abrindo a porta com o cartão que eu havia pegado.
Ainda não vi câmeras, deve ser por estarmos na área de armazém. – Questiona Zariel.
Ao trancar a porta nos sentamos no sofá, a sala era pequena, tinha um armário, frigobar e banheiro, com dois sofás, havia um grande vaso de planta ornamentado e uma mesa de centro com telefone no centro da sala, ficamos um tempo ali descansando e bolando um plano, enquanto lembrávamos vagamente da situação ainda confusos.
Olha as horas no telefone, 3 da manhã. Não podemos ligar para chamar ajuda, pode estar grampeado. – Diz Animachado se levantando.
O que merda foi que aconteceu com a gente cara?! – Pergunto enquanto passava uma faixa que havia encontrado no banheiro junto a um pequeno kit de emergência.
Eu só me lembro de estarmos no fim da festa e depois tudo ficou preto. Eu também sinto meu corpo cansado, como se estivéssemos dormido por varias semanas. – Explica Zariel assustado.
Merda cara! É por isso que estamos tão fracos... E- Shhhhh! Apaga a luz! Abaixa! – Digo me jogando no chão com a espingarda na mão.
Zariel ao apagar a luz também foi para um canto da sala, junto a Animachado que ficou atrás do sofá.
Era possível ouvir passos, muitos passos, parecia ser de duas pessoas, elas conversavam embora suas vozes não fossem conhecidas. Com a chegada dos passos a porta, os dois cessaram a conversa, um tom alarmado pode-se perceber, o clima tenso apenas me fazia suar e ficar ofegante, eu encarava Zariel e Animachado fazendo gestos com a mão dizendo que, se entrarem, meter bala!
- Bipe de porta abrindo com cartão –
A maçaneta foi girada...
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Em breve imagens e musica.