Sinto muito Conor, não vi nada assim passar por aqui... Essa tempestade tem cegado toda a nossa visão ultimamente...
Mas, John, você não entende! Eu preciso achar ela!
Não achara aqui. É minha ultima palavra, volte para casa, você tem estado estranho demais ultimamente!
Ela é real John! Eu preciso encontra-la custe o que custar!
Um barulho de portas metálicas batendo foi ouvido naquele silencio caótico de chuva e tensão.
Pobre Conor, acho que a tinta toxica afetou sua mente...
Hahaha, John, você tem razão. O que um pobre solitário poderia querer? Coitado, sua solidão esta deixando-o louco. - Disse a velha ranzinza com deboche.
Deve ser... - Suspirou o atendente do mercado de artesanato, John, triste por seu amigo.
Ela esta por aqui, eu sei, eu preciso achar ela antes que algo de ruim aconteça! Essa chuva, ela vai matar ela! Eu preciso achar! Eu preciso!
A chuva forte só piorava conforme o tempo seguia, já estava chegando o fim da tarde, havia chegado na abandonada fabrica de algodão que outrora foi tomada por plantas e ferrugem, a entrada aberta acolhia o desesperado, já estava acostumado com tal presença daquele ser inquieto e problemático. O que mais um lugar abandonado poderia querer, irritado por seu descanso arruinado? Um velho amigo poderia ser perdoado, o que tanto aflinge aquele jovem? - Questionou a velha fabrica.
Cansado, desesperado e sem esperanças, apenas desmaiou nos braços enverdejastes daquela velha trabalhadora. Uma cama natural de folhas com um forte e vivido verde, gramíneas e musgo acolheram o desmaio daquela criatura de carne. Descanse alma perturbada, que logo logo isso passa.
O que aconteceu? - Perguntou a ratazana a fabrica abandonada.
Nosso pobre amigo tem estado por varias tribulações, criaturinha. - Disse com serenidade a vivida Fabrica.
A ratazana, de pelugem marrom e macia com manchas brancas, olhou aquele ser que ela tanto odiava, a raça da qual ela havia presenciado barbaridades uns com os outros da mesma e com de outras raças também. Outrora o olhar repulsivo de ódio se transformara em pena.
No alto de uma sala aos pedaços, com seu pequeno corpo, desceu sobre os cipos e plantas que abraçavam uma das paredes da velha amorosa.
Aproximou, inspirou um pouco tímida seu cheiro e aos poucos, aproximou-se daquele ser.
Ele treme... - Disse impressionada a jovem ratazana a velha fabrica. Não imaginava que temíveis criaturas poderiam ter fraqueza contra a mãe chuva.
Olhou ao redor, um velho pano de algodão pode ser visto junto a outros em uma caixa derrubada, aproximou-se e com esforço trouxe lentamente o pesado pano para aquele ser, cobrindo-o então.
Que você não se esqueça disso, humano desprezível... - E subiu para sua toca no coração da velha Fabrica.
Não podia culpar a ira daquela pequena criatura bondosa, a pena outrora sentia era seu pior defeito, e o melhor que aquela jovenzinha poderia oferecer ao podre mundo, ninguém entende os animais. - Pensou a velha fabrica, repousando novamente voltando ao seu descanso eterno.
Silencio da mãe chuva, afasta estes sentimentos de mim, me faça descansar por hoje e encontrar meu amado Conor... - Disse com suspiro e tristeza Ru, aquela que Conor procurava desesperadamente.
Conor, escultor, sua especialidade, argila. Desaparecido a 1 dia, sentiu falta sua vizinha que notou seu estúdio aberto e largado a quem quer que seja, desejasse adentrar ali dentro.
Essas informações nos ajudara muito senhorita, agora é com a gente. - Disse o esbelto policial a jovem vizinha do escultor.
Uma viatura chamava a atenção, dois policias aprontos esperavam na chuva, junto ao terceiro que estava conversando com a jovem vizinha, agora saia de dentro do condomínio, dispersando-se com seus colegas de trabalho pela chuva afora a procura do desaparecido.
Curiosos dispersaram, e aquela jovem vizinha voltara para dentro a espera de qualquer noticia, fechando o portão.